Luís de Freitas Branco está para a nossa música como Fernando Pessoa está para a nossa literatura. Partindo deste suposto, este livro tem a originalidade de demonstrar que a modernidade de Luís de Freitas Branco não se esgota na esfera artística, sendo, para mais, antecedida de uma modernidade filosófica até hoje desatendida. A criatividade artística desenvolve-se a partir de um pensamento de tipo complexo, caracterizado pelo perspectivismo filosófico racionalista e pela cultura universal ecléctica. A unidade orgânica que se estabelece entre o filosofar e o acto de criação musical, unidade cultura-pensamento-música, faz de Luís de Freitas Branco caso único na cultura musical portuguesa: isso a que o autor da obra chama músico-filósofo racionalista, apostado em aproximar a arte da ciência. Este ensaio tem o aliciante de dar a conhecer, pela primeira vez de forma alargada, o teor do valioso Diário inédito do compositor.

João Maria de Freitas Branco

João Maria de Freitas Branco é professor e investigador universitário, com trabalho nas áreas da filosofia do conhecimento e da epistemologia, da história da ciência, bem como da filosofia social e política. Investigador científico do Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa (CICTSUL), é o responsável pelo projecto «Social Comunication of Science».
Entre outros cargos que desempenha, é presidente do Ginásio Ópera e membro da direcção da Sociedade dos Amigos da Razão, de que foi um dos fundadores. Foi, além disso, membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia.
Conferencista em várias universidades e centros de investigação nacionais e internacionais, é ainda autor de livros e ensaios, com largas dezenas de artigos publicados em revistas e jornais portugueses e estrangeiros, e foi organizador, em 1995, da nova edição da História da Música Portuguesa da autoria de seu pai, João de Freitas Branco.
É também autor de programas de rádio e colaborador permanente da Antena 2.